terça-feira, 30 de novembro de 2004

The last one

Não posso adiar o amor
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob montanhas cizentas
e montanhas cinzentas

Não posso adiar este abraço
que é uma arma de dois gumes
amor e ódio

Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração


António Ramos Rosa, 1960



P.S. Será que não posso? Claro que posso...
Entra solidão, és bem vinda..

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

oh pequenina! já mandaste a solidão dar uma volta, espero... e deixaste a janela aberta para um beijo... já é primavera e tudo e sabe bem deixar a janela aberta para deixar entrar o sol, não é?

1:39 da tarde  

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