domingo, 30 de janeiro de 2005

Poema

Acorda sobre-assaltada
a porta acabou de se fechar
de olhos abertos, deitada, congelada,
vê o marido entrar..
Já mandou os miudos para a cama
reza para que ele hoje esteja bem
no fundo da alma, sabe que não
já mal sente o coração
quando ele se deita a cambalear
de olhos fechados, finge dormir
tenta, por uma vez na vida, não o sentir
quando o hálito embriagado a começa a cobrir
já aprendeu a não resistir
vira a cara a chorar,
aquele monstro desempregado
dá-lhe vontade de vomitar
faz mais um esforço para n gritar,
não quer acordar os miudos do seu sonhar..
"Ele está logo a acabar.."
Mais um esforço para não o irritar
já não aguenta de tanto "apanhar"..
Acabou..
Virou-se para o lado e está a ressonar..
Levanta-se e vai-se lavar..