segunda-feira, 4 de abril de 2005

Poema VI

Olhar ao espelho e não saber quem sou
estranhar a pessoa que diante de mim se espelhou
tentar perceber em que ponto me perdi
fechar os olhos e tentar lembrar o que vivi
uma escuridão imensa espelha a minha vida
passei todos estes anos numa lelargia sofrida
acostumei-me à dor, a esquecer,
aquilo que os sonhos tinham para me oferecer..
tentei esquecer o que era sentir vivi num mundo de magia
fechava os olhos a tudo, só para dormir
nunca sabendo de quem ou quê fugia
desistir de respirar, a partir do triste ponto de anemia
chamar infortúnios ao pedir contas ao grande véu que me cobria..
sair à rua, ver o mundo, ver pessoas nojentas,
pelo meu sangue sedentas sentir-me bater no fundo..
olhar à volta e tudo temer sem saber como me erguer
estar condenada a sofrer sentir a alma desvanecer..
sonhar atormentada, e viver incapacitada..
querer chorar, e apenas pedir para tudo acabar..
só desejar que isto parasse
querer que a minha vida acabasse..