sexta-feira, 21 de outubro de 2016
quinta-feira, 18 de outubro de 2012
terça-feira, 23 de março de 2010
um dia de cada vez..
passo a passo, maré a maré..
viver cada diz um de cada vez
sonhar com o dia que serei igual a vocês
e prender-me na minha respiração
sei que a luta ainda não terminou
só não sei se ainda tenho forças
agarrar-me a algo inexistente
acreditar num vazio..
um dia vou ser igual a vocês
viver cada diz um de cada vez
sonhar com o dia que serei igual a vocês
e prender-me na minha respiração
sei que a luta ainda não terminou
só não sei se ainda tenho forças
agarrar-me a algo inexistente
acreditar num vazio..
um dia vou ser igual a vocês
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
Memórias de uma infância 6
Havia alturas em que tinha pesadelos, era díficil adormecer.
O pesadelo era quase sempre o mesmo, as cobras.
Quando me deitava na cadeira do dentista, com uma luz bem apontada a nossa cara, c três e quatro cabeças de volta, com as máscaras postas.
A minha imaginação era demasiado fértil, e comparava os médicos a diversas cobras..
Recordo-me que numa cadeira proxima noutra secçao, estava a Joana a rir-se as gargalhadas, da sua figura com o aparelho novo e a chamar-me para ver a figura dela.
Aqueles momentos únicos, entre o bom e o mau. As dores físicas que causava, e as psicologicas que me iam atormentando. E logo numa cabine ao lado, a brincadeira que se fazia.
A contradição sob o mesmo tecto.
Joana… Sofia… Margarida… Rita… Cada uma com a sua história, e as saudades/recordações que ficaram.
Eu por cá continuo, a perfeita cobaia, o caso raro…
O pesadelo era quase sempre o mesmo, as cobras.
Quando me deitava na cadeira do dentista, com uma luz bem apontada a nossa cara, c três e quatro cabeças de volta, com as máscaras postas.
A minha imaginação era demasiado fértil, e comparava os médicos a diversas cobras..
Recordo-me que numa cadeira proxima noutra secçao, estava a Joana a rir-se as gargalhadas, da sua figura com o aparelho novo e a chamar-me para ver a figura dela.
Aqueles momentos únicos, entre o bom e o mau. As dores físicas que causava, e as psicologicas que me iam atormentando. E logo numa cabine ao lado, a brincadeira que se fazia.
A contradição sob o mesmo tecto.
Joana… Sofia… Margarida… Rita… Cada uma com a sua história, e as saudades/recordações que ficaram.
Eu por cá continuo, a perfeita cobaia, o caso raro…
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
Memórias de uma infância 5
Terapia da fala, vou duas vezes até ao consultório para aprender a falar da melhor maneira possível.
É animado, há sempre jogos e brincadeiras, no meio dos exercícios. As corridas de "chupar o papelinho" com a palhinha. As caretas em frente ao espelho, com a língua a fazer aqueles movimentos todos. Jogos de mimica e sessões de leitura, entre outras coisas.
Quem diria que iria ser uma das minhas maiores ajudas para este mundo...
É animado, há sempre jogos e brincadeiras, no meio dos exercícios. As corridas de "chupar o papelinho" com a palhinha. As caretas em frente ao espelho, com a língua a fazer aqueles movimentos todos. Jogos de mimica e sessões de leitura, entre outras coisas.
Quem diria que iria ser uma das minhas maiores ajudas para este mundo...
quinta-feira, 28 de maio de 2009
Memórias de uma infância 4
Natal sinónimo de muita atenção às criancinhas.
Não sei como é agora, mas no “meu tempo” o natal nos hospitais tinha uma missa uns dias antes do próprio dia.
Naquele natal, eu estava em mais uma das minhas estadias pelo hospital, as senhoras enfermeiras já não deviam poder ver-me a frente e disseram que no dia seguinte eu e o Miguel iamos ter uma surpresa.
No dia seguinte eu e o Miguel lá fomos acordados tomamos o pequeno almoço e a senhora enfermeira diz-nos que temos de ir agasalhados e que temos de ir com ela a um sítio.
Recordo-me de não haver robes para o nosso tamanho e como estavamos muito curiosos, enrolamo-nos nos próprios cobertores e dissemos q estavamos prontos!...
Devo mencionar que o Miguel já não conseguia falar, mal ouvia, e tinha uma personalidade um pouco “bicho do mato”. E eu na altura também não conseguia falar, babava-me de 5 em 5 minutos, tinha o soro “agarrado” ao meu braço e tinha um enorme penso na cara.
Enroladinhos nos cobertores, nestas figuras, lá vamos a seguir a enfermeira pelo hospital fora, andamos imenso… Finalmente chegamos a uma capela! Com imensa gente já lá dentro (tudo adultos).
Continuamos a seguir a enfermeira mesmo para a primeira fila de bancos lá a frente!! Um para cada lado… De notar que a partir do momento que entramos na capela, todos os olhos nos seguiam até nos sentar-mos.
Já sentadinhos, começa a missa… Missa alemã….. Eu bem me parecia que os adultos não eram portugueses!... Um frete de 3 horas aproximadamente, o Miguel só olhava para mim na outra ponta a tentar perceber o que se passava, e eu só me ria.
No fim da bela missa, os tais adultos começam a vir ter conosco e a poisar sacos e prendas e brinquedos e tudo o que possam imaginar, nós ainda enrolados nos cobertores a olhar para aquilo e a tentar perceber se era para nós.
Vieram duas enfermeiras, com dois carrinhos de compras, enxeram os carrinhos e disseram para as seguirmos, voltamos para o quarto com dois carrinhos de compras cheios de brinquedos e chocolates e afins!
Imaginam um quarto de crianças doentes (com soros, pensos, e mazelas), aos gritos e a tirarem tudo dos carrinhos? E o pesadelo das enfermeiras a tentarem acalmar este grupo?
Lembro-me de andar já a vomitar sangue tal era a excitação da brincadeira.. Enfim…
Miguel, este texto é dedicado a ti, foi dos poucos dias que te vi a jubilar de felicidade e todo lambuzado com os chocolates que as enfermeiras não te conseguiam tirar.
Não sei como é agora, mas no “meu tempo” o natal nos hospitais tinha uma missa uns dias antes do próprio dia.
Naquele natal, eu estava em mais uma das minhas estadias pelo hospital, as senhoras enfermeiras já não deviam poder ver-me a frente e disseram que no dia seguinte eu e o Miguel iamos ter uma surpresa.
No dia seguinte eu e o Miguel lá fomos acordados tomamos o pequeno almoço e a senhora enfermeira diz-nos que temos de ir agasalhados e que temos de ir com ela a um sítio.
Recordo-me de não haver robes para o nosso tamanho e como estavamos muito curiosos, enrolamo-nos nos próprios cobertores e dissemos q estavamos prontos!...
Devo mencionar que o Miguel já não conseguia falar, mal ouvia, e tinha uma personalidade um pouco “bicho do mato”. E eu na altura também não conseguia falar, babava-me de 5 em 5 minutos, tinha o soro “agarrado” ao meu braço e tinha um enorme penso na cara.
Enroladinhos nos cobertores, nestas figuras, lá vamos a seguir a enfermeira pelo hospital fora, andamos imenso… Finalmente chegamos a uma capela! Com imensa gente já lá dentro (tudo adultos).
Continuamos a seguir a enfermeira mesmo para a primeira fila de bancos lá a frente!! Um para cada lado… De notar que a partir do momento que entramos na capela, todos os olhos nos seguiam até nos sentar-mos.
Já sentadinhos, começa a missa… Missa alemã….. Eu bem me parecia que os adultos não eram portugueses!... Um frete de 3 horas aproximadamente, o Miguel só olhava para mim na outra ponta a tentar perceber o que se passava, e eu só me ria.
No fim da bela missa, os tais adultos começam a vir ter conosco e a poisar sacos e prendas e brinquedos e tudo o que possam imaginar, nós ainda enrolados nos cobertores a olhar para aquilo e a tentar perceber se era para nós.
Vieram duas enfermeiras, com dois carrinhos de compras, enxeram os carrinhos e disseram para as seguirmos, voltamos para o quarto com dois carrinhos de compras cheios de brinquedos e chocolates e afins!
Imaginam um quarto de crianças doentes (com soros, pensos, e mazelas), aos gritos e a tirarem tudo dos carrinhos? E o pesadelo das enfermeiras a tentarem acalmar este grupo?
Lembro-me de andar já a vomitar sangue tal era a excitação da brincadeira.. Enfim…
Miguel, este texto é dedicado a ti, foi dos poucos dias que te vi a jubilar de felicidade e todo lambuzado com os chocolates que as enfermeiras não te conseguiam tirar.
quarta-feira, 15 de abril de 2009
Memórias de uma infância 3
Quando era criança (ou com idade de uma criança) facilmente me encontravam com os rapazes, a jogar à bola, as caricas, aos berlindes, ao pião, até mesmo à bulha..
Nunca gostei das bonecas, nem dos cabeleireiros, nem das casinhas..
Recordo-me, uma vez a jogar à apanhada, estava em cima do muro para ser mais dificil de me apanharem, mas ele correu, saltou e esticou as mãos na minha direcção. Fui empurrada do muro abaixo.
Lembro-me de estar ao colo de alguém e de esse alguém ter o braço cheio do meu sangue.
De ver a reacção da minha mãe a levar as mãos a tapar a cara.
Do meu pai dizer qualquer coisa como “ligo já para os médicos para saber quem a pode operar”.
Já estava em recuperação de uma operação, tinha sido operada a menos de um mês.
Caí de cabeça e “estraguei” a operação toda, são azares que acontecem em plena brincadeira.
Nunca gostei das bonecas, nem dos cabeleireiros, nem das casinhas..
Recordo-me, uma vez a jogar à apanhada, estava em cima do muro para ser mais dificil de me apanharem, mas ele correu, saltou e esticou as mãos na minha direcção. Fui empurrada do muro abaixo.
Lembro-me de estar ao colo de alguém e de esse alguém ter o braço cheio do meu sangue.
De ver a reacção da minha mãe a levar as mãos a tapar a cara.
Do meu pai dizer qualquer coisa como “ligo já para os médicos para saber quem a pode operar”.
Já estava em recuperação de uma operação, tinha sido operada a menos de um mês.
Caí de cabeça e “estraguei” a operação toda, são azares que acontecem em plena brincadeira.